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Uma nova era na Harley-Davidson: Artie Starrs assume o comando da lenda de Milwaukee

A Harley-Davidson anunciou hoje, 4 de agosto, um novo nome no topo de sua hierarquia. A partir de 1º de outubro de 2025, Artie Starrs será o novo presidente e CEO da marca de Milwaukee — sucedendo Jochen Zeitz, que esteve à frente da companhia nos últimos cinco anos e será agora conselheiro sênior até fevereiro de 2026. A mudança marca o início de um novo capítulo para uma das marcas mais emblemáticas da história do motociclismo.

Artie Starrs
© Golf Business News

Starrs chega à Harley vindo do universo do entretenimento, mais especificamente da Topgolf, empresa global de esportes e lazer ligada ao grupo Callaway Brands. Lá, ele liderou um crescimento impressionante: receitas saltaram de US$ 1,1 bilhão em 2021 para US$ 1,8 bilhão por ano, além da expansão para cinco novos países. Antes disso, Artie comandou a Pizza Hut em escala global, levando a marca a mais de 18 mil unidades em 110 países.


Parece distante do mundo das motos? À primeira vista, sim. Mas talvez seja justamente isso que a Harley-Davidson esteja buscando: um gestor com experiência em marcas de apelo popular, forte senso de comunidade e capacidade de expandir negócios com consistência. Starrs não é um executivo qualquer. Ele tem no currículo o tipo de crescimento que investidores adoram — e, mais importante, entende de tribo, de cultura e de marcas que carregam identidade.


"É um privilégio enorme estar assumindo a liderança da Harley-Davidson", declarou Starrs. "Admiro há muito tempo a posição única da marca no coração de seus fãs. Não existe nada parecido com o espírito de comunidade e rebeldia que a Harley representa."

Segundo Troy Alstead, atual Diretor Presente do Conselho e futuro Chairman da empresa, a escolha de Starrs é estratégica: "Ele tem experiência com crescimento sustentado e atuações em negócios orientados por franquias — o que é essencial neste momento da história da Harley-Davidson."


O legado de Zeitz e o que vem pela frente


Jochen Zeitz, o CEO que agora passa o bastão, liderou a companhia em uma de suas fases mais delicadas: crise pandêmica, retração de mercado e pressão por renovação. Ele foi o arquiteto do plano estratégico The Hardwire, que reposicionou a marca com foco em seus produtos principais, aparentemente fortaleceu as margens e resgatou parte da alma perdida da Harley-Davidson no início da década.


Zeitz também foi responsável por importantes decisões, como a eletrificação da marca com o lançamento da LiveWire, e mais recentemente pela valorização da empresa com a transação envolvendo a Harley-Davidson Financial Services — operação que promete trazer benefícios de longo prazo à companhia.


"Foi uma honra liderar essa marca lendária. Deixo com a certeza de que construímos um futuro sólido", afirmou Zeitz em nota oficial.


E quanto à cultura corporativa?


Uma pergunta que surge entre entusiastas mais atentos é: qual será a postura de Artie Starrs em relação às chamadas políticas "woke" — um termo que hoje se refere à crescente adoção de pautas ideológicas dentro das grandes corporações?


Até agora, Starrs não fez declarações públicas sobre esse tema. No entanto, seu histórico profissional oferece pistas. Durante sua passagem pela Topgolf e pela Pizza Hut, ele liderou empresas que adotam os padrões corporativos tradicionais de diversidade e responsabilidade social — sem, no entanto, embarcar em ativismos ou campanhas militantes.


Isso sugere um perfil mais pragmático do que ideológico. Starrs não parece ser um CEO movido por slogans políticos, mas por resultados concretos e visão de longo prazo. É o tipo de gestor que entende que uma marca como a Harley-Davidson não pode se desconectar de sua base cultural, masculina, livre e rebelde, sob risco de perder sua alma em nome de tendências passageiras.


Se a gestão de Zeitz flertou com uma certa linguagem ESG e buscou se alinhar com expectativas mais modernas e cosmopolitas, o que se espera agora é um retorno à essência da marca — com foco no produto, na experiência e na comunidade de motociclistas, não em discursos.


O que isso significa para os entusiastas da Harley-Davidson?


A troca no comando da Harley-Davidson não é só mais uma notícia corporativa. Quando uma marca com 121 anos de história muda sua liderança, isso reverbera pelas estradas, oficinas e garagens do mundo todo.


Se Artie Starrs for fiel ao que declarou — e ao que seu histórico mostra —, podemos esperar uma Harley mais conectada com novas gerações e com maior foco em expansão internacional, mas sem perder de vista o valor simbólico que a marca carrega. A Harley não é só uma fabricante de motos. É uma bandeira. É o rugido de uma cultura. E manter isso vivo exige mais do que planilhas: exige alma.


A boa notícia? Starrs parece saber disso.


Que venha o próximo capítulo.

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