E o Oscar de melhor atriz coadjuvante vai para: Bonneville
- José Caetano
- há 2 dias
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A icônica Triumph Bonneville retorna ao cinema em produções biográficas sobre músicos lendários. Após sua presença marcante em "A Complete Unknown" (2024), filme sobre Bob Dylan estrelado por Timothée Chalamet, que pilota uma T100, agora é a vez de Bruce Springsteen.
O longa "Springsteen: Deliver Me from Nowhere" (2025), dirigido por Scott Cooper e com Jeremy Allen White no papel principal, destaca uma Triumph TR6C de 1971 como elemento narrativo central, refletindo a paixão real do músico pelas motos britânicas.
Baseado no livro "Deliver Me from Nowhere: The Making of Bruce Springsteen's Nebraska" (2023), de Warren Zanes, o filme explora a criação do álbum "Nebraska" (1982), um dos trabalhos mais introspectivos de Springsteen.
Ambientado nos anos 1980, o drama musical aborda temas como lutas pessoais, amizade e busca por autenticidade, com White interpretando o artista em sequências que capturam esse espírito de liberdade associado ao motociclismo.
A produção da 20th Century Studios vem enfatizar a relação entre Springsteen e seu agente Jon Landau (vivido por Jeremy Strong), mas para entusiastas de motos clássicas, o destaque é a TR6C, pilotada pelo ator.
A Triumph TR6C 1971, o primeiro ano do design oil-in-frame da Triumph, é a sucessora espiritual da “Desert Sleds” do final dos anos 50/60. Com escapamento alto e paralamas elevados, ela tem vocação para o off-road, como as atuais Scramblers. Tecnicamente uma variante Trophy da linha Bonneville, é um modelo off-road/street com motor bicilíndrico paralelo de 650cc, entregando cerca de 42 cavalos de potência. Projetada para cruzeiros longos e uso misto, apresenta tanque cromado, escapamento alto e design robusto típico dos anos 1970.
Uma máquina limpa e minimalista, com quase nenhum indício de plástico, é simplesmente impossível negar o apelo clássico das motocicletas britânicas que ela carrega.
No filme, ela simboliza a rebeldia e a independência de Springsteen, que na vida real coleciona motos da Triumph e é frequentemente visto em modelos semelhantes nas estradas de New Jersey. Um detalhe notável: uma camiseta original Triumph do músico foi utilizada nas gravações, adicionando realismo à produção.
Comparada à Bonneville T100 no filme de Dylan, que representa a era folk dos anos 1960, a TR6C aqui se alinha ao rock raiz dos 1980. Ambas reforçam o legado das Triumphs como ícones de estilo de vida, enfatizando não apenas desempenho, mas também história e sensação de liberdade, e até mesmo uma pitada de contra-cultura da época.
Confesso que Springsteen não é daqueles músicos que passam pela minha playlist normalmente, até porque tudo o que ele tinha de contracultura no século XX já não existe mais. Mas também não posso deixar de mencionar que sua voz rasgada, sua capacidade conduzir sua E-Street Band com maestria e seu estilão sejam um dos grandes diferenciais do rock nas últimas décadas. Não é por acaso que Bruce foi introduzido no Rock’n’Roll Hall of Fame em 1999.
Lançado em 24 de outubro de 2025 nos cinemas, o filme é uma oportunidade para explorar a ligação entre música e motociclismo. Fique atento às atualizações sobre exibições no Brasil e compartilhe suas impressões nos comentários.
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