Mais uma vez o Portal Gasolina foi conferir de perto o Bike Fest São Lourenço que, para muitos, é um "esquenta" para o Bike Fest Tiradentes que acontece tradicionalmente no final de junho, na histórica cidade também mineira,.
Esta edição do Bike Fest São Lourenço aconteceu agora, nos últimos dias 19, 20 e 21 de maio, na estância hidromineral mineira que leva o nome do grande mártir católico dos primeiros séculos da Igreja e patrono dos assadores (na verdade, ele é patrono dos Diáconos, mas como ele foi executado numa grelha, resolveram pedir sua intercessão na culinária também).

Como é de costume, a pequena e aconchegante cidade, famosa por suas águas de diversos sabores e aromas, se viu lotada de motos de todos os tipos e gostos. Nós encontramos por lá, desde Honda C100 Dream até a novíssima BMW R18, a custom da fábrica alemã. Contudo, é notável o maior número de motos estilo Adventure, que se sobrepunham em muito às motos custom, que num passado não tão distante, eram as rainhas desse tipo de encontro.
O evento em São Lourenço, também capitaneado pela Production Eventos, criadora do Bike Fest Tiradentes, não tem o tamanho deste em seu galpão, nem os estandes dos patrocinadores são tão grandes como o da cidade em que viveu o dentista inconfidente, mas traz em si o mesmo DNA.

Uma tenda grande reune os principais patrocinadores, com destaque desse ano para a Harley Davidson, de Belo Horizonte, o grupo BMW, que trouxe a custom R18 para ser apreciada de perto, a Honda e a X11, marca de roupas e acessórios para motociclistas que tem se destacado no meio. Outras marcas também estiveram presentes e mais algumas lojas de acessórios para o público das duas rodas.
A cerveja oficial dos Bike Fest, a Krug, estava com seus stands montados no recinto, junto a algumas opções de comida, como um bom churrasco americano. Mas as melhores opções gastronômicas ficam realmente por conta do comércio local.

Quando fomos almoçar em um bar que se vangloriava com uma placa que dizia ser o fornecedor da "melhor picanha de Minas Gerais", por pouco não ficamos sem lugar para sentar. A picanha era saborosa, realmente, mas não era a melhor que comemos, reforçando nosso trauma de churrascos nas terras das Gerais, e os mineiros que nos perdoem (Aliás, aceitamos o desafio caso algum restaurante mineiro queira curar nosso trauma).
No próximo evento, sem dúvida alguma, vamos almoçar no restaurante que fica dentro do famoso Parque das Águas que, visivelmente estava mais tranquilo e tem a maravilhosa vista do enorme lago que compõe a paisagem desse complexo hidromineral.
Como, para nós, São Lourenço fica praticamente na metade do caminho para Tiradentes e costuma acontecer um mês antes deste encontro, é justo que consideremos esse primeiro ride até Minas como um aquecimento para aquele que, para nós aqui da redação, é o mais tradicional por essas bandas.
Novidades

A novidade que encontramos no Bike Fest foi realmente a presença em aço e óleo da BMW R18, que na temporada passada, ainda que já tivesse sido lançada lá fora, não tinha fincado seus pneus pelo Brasil. A Pan America, da Harley, já estava presente nas edições do Bike Fest do ano passado.
E por falar em BMW R18, já sabíamos que a moto era uma concorrente à altura para as Harleys mais clássicas e uma excelente substituta para a Indian, que resolveu levantar sua oca e nos abandonar há alguns anos.
Uma estradeira de verdade, com traços retrô e com uma pegada bem interessante, movida por um motor boxer de 1800cc, mas que, porém, nem vamos falar muito dela, pois já fizemos uma matéria sobre a moto há época de seu lançamento e você pode ler aqui.
Temos até uma entrevista com nossa amiga polaca, Karolina Wręczycka, que foi da Polônia a Portugal no lombo de uma dessas motos bacanas.
O que vale no Bike Fest
Como todos os encontros de motos que existem, o que realmente vale é a jornada. Não existe emoção semelhante a pegar a estrada com seus amigos em duas rodas, cortar alguns quilômetros de asfalto, comer uma poeira (e alguns insetos de tabela) e parar numa cidade diferente pra bater papo e contar as mesmas mentiras de sempre.

Willie Nelson, que não rodava de moto, mas sabia o valor da estrada, chegou a confessar essa emoção em seu clássico "On The Road Again".
Pra quem, como nós, saiu do Vale do Paraíba em direção ao Sul de Minas, subindo por Cruzeiro (SP), pegou uma estrada bem acidentada no trecho de Passa Quatro (MG), que inclusive está em reforma, com estreitamente de pista, sem asfalto e que, pelo jeito, não vai terminar tão cedo.
Já estamos até prevendo pegar esse trecho no final de junho em nossa ida para o Bike Fest Tiradentes, mas, enfim, o que seriam esses passeios sem um perrengue pra contar pros amigos que ficaram?
Também vale ressaltar a nítida diferença na conservação das estradas em São Paulo e em Minas Gerais. Acredito que o orçamento para manutenção do asfalto, em Minas, esteja prejudicado, especialmente nos trechos com maior frequência de caminhões, muitos deles os famosos "treminhões".
Nós levamos quase 1h para percorrer um trecho de 20km entre Pouso Alto e S. Lourenço por conta de um desses caminhões e as estradas sinuosas e sem acostamento. Parecia uma procissão de São Cristóvão cujo andor estava no caminhão, tamanha era a fila de veículos que o seguia.
Mas, com buracos, caminhões a 20km/h impedindo a ultrapassagem nas serrinhas sinuosas, motoristas domingueiros, motociclistas imprudentes achando que estão em alguma pista de corrida... mesmo com tudo isso, a ida para o Bike Fest São Lourenço vale cada perrengue.
Se você ainda não conhece o evento, prepare-se para o próximo mês de Maio, época em que, provavelmente haverá mais uma edição. E assista a matéria que gravamos no sábado do evento no link abaixo, em nosso canal do YouTube.

Assista como foi a nossa ida para o evento em nosso canal do YouTube no link abaixo:
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